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Aluna do Campus Ouro Preto vence prêmio nacional com plataforma que usa IA para conectar jovens mulheres a mentoras reais

publicado: 11/08/2025 11h32, última modificação: 11/08/2025 11h43

A estudante Marina Antônia da Silva, do curso técnico em Administração do IFMG – Campus Ouro Preto, alcançou o 1º lugar no IDEAthon TransFORMAR 2025, promovido pela Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD) em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA). O reconhecimento veio com o MentorIA, plataforma voltada para conectar jovens mulheres interessadas em Inteligência Artificial a uma rede de mentoras reais, com o suporte de uma IA personalizada.

O projeto foi desenvolvido em parceria com Rebecca da Cruz Pereira, graduanda em Administração na UNIFACS (Salvador/BA), e conta com a orientação dos professores Thiago Pereira (IFMG – Campus Santa Luzia) e Alexandre Rodrigues (Ânima Educação).

Segundo Marina, a ideia nasceu da percepção de que mulheres, especialmente as negras e periféricas, ainda são minoria em áreas como ciência, tecnologia e inovação: “Mesmo sendo a maioria nas universidades, a gente continua ficando de fora de espaços estratégicos, como a Inteligência Artificial. E isso não acontece por falta de talento, mas por falta de incentivo, de representatividade e de oportunidades reais. Eu e Rebecca compartilhamos essa inquietação. Quando surgiu a oportunidade de desenvolver um projeto com propósito, olhamos para aquilo que mais nos tocava. E foi aí que pensamos: e se a gente criasse uma ponte entre meninas como a gente — curiosas, sonhadoras, interessadas em tecnologia — e mulheres que já trilharam esse caminho e pudessem inspirar, acolher e orientar?”.

MentorIA

De acordo com o professor Thiago Pereira, a plataforma une o acompanhamento de mentoras reais a um sistema de IA personalizado, capaz de sugerir trilhas de aprendizagem, simular cenários profissionais e orientar a criação de portfólios digitais. A parte humana da mentoria busca fortalecer vínculos, apresentar trajetórias possíveis e incentivar o protagonismo das participantes.

Marina Antônia conta que a versão inicial foi criada com ferramentas simples e já está em fase de testes. Inicialmente, o acesso será feito por um site responsivo, compatível com computadores e celulares, para facilitar a usabilidade. Futuramente, a proposta é desenvolver um aplicativo próprio, com mais recursos e integração e com foco em acessibilidade, linguagem simples e usabilidade.

“Estamos na fase de desenvolvimento do primeiro modelo funcional da plataforma — uma versão simplificada que já permite testar os recursos principais, como as trilhas de aprendizado e o contato com mentoras. Essa versão está sendo construída dentro da disciplina de Empreendedorismo do nosso curso técnico em Administração, e será testada com um grupo pequeno de usuárias para identificar melhorias antes de um lançamento mais amplo”, explica. 

Mentoras

A plataforma será aberta a mulheres com experiência acadêmica ou profissional nas áreas de STEM (especialmente em tecnologia, engenharia, matemática e ciências) que queiram compartilhar seus conhecimentos e trajetórias para inspirar outras mulheres. As mentoras atuarão de forma voluntária, mas não sairão de mãos vazias: receberão certificados de contribuição social, reconhecimento público, visibilidade institucional e acesso a uma rede engajada em diversidade e inovação”, ressalta Marina Antônia.

Além disso, poderão desenvolver habilidades como liderança empática, mentoria e comunicação interpessoal, fortalecendo também sua própria jornada profissional. “Mais do que currículos impressionantes, buscamos escuta ativa, empatia e vontade de abrir caminhos”, ressalta a aluna.

Premiação e próximos passos

O IDEAthon recebeu 220 propostas de todas as regiões do Brasil e premiou 10 projetos em cada colocação (1º, 2º e 3º lugares), totalizando 30 prêmios nacionais.

Para Marina Antônia, o prêmio foi também uma validação do impacto social do MentorIA, que está alinhado ao ODS 4: Educação de Qualidade. “Foi uma confirmação de que o MentorIA tem relevância e pode, de fato, transformar vidas. Como mulher jovem que quer seguir carreira na área de exatas, me senti representada, valorizada e confiante por idealizar um projeto que dialoga com os desafios que muitas outras meninas enfrentam”, declara.

As criadoras agora planejam apresentar o projeto a investidores-anjo, participar de outros hackathons e firmar parcerias com instituições de ensino e empresas comprometidas com diversidade e que acreditem no potencial da tecnologia como ferramenta de inclusão.