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Café com Pesquisa – Entrevista com a TAE Geralda Aparecida de Carvalho Pena
Sejam bem-vindos e bem-vindas à série “Café com Pesquisa – Entrevistas”, espaço criado para dar voz aos pesquisadores homenageados no Café com Pesquisa, evento promovido pela Diretoria de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação (DPIPG). Por aqui, a proposta é celebrar e reconhecer as contribuições que fortalecem a produção científica no Campus Ouro Preto.
A estreia desta série traz a trajetória de Geralda Aparecida de Carvalho Pena, Doutora e Mestre em Educação pela UFMG, licenciada em Pedagogia pela UFV e Técnica em Assuntos Educacionais/Supervisora Pedagógica do IFMG - Campus Ouro Preto. Atuando como Chefe da Seção de Pós-graduação na DPIPG, Geralda é também membro do Colegiado de formação inicial e continuada de Professores do IFMG. Integra, ainda, a Rede Latinoamericana de Estudos sobre Trabalho Docente (Rede Estrado) e os grupos de pesquisa Condição e Profissão Docente (PRODOC - FaE/UFMG) e Formação e Profissão Docente (FOPROFI - Deedu/UFOP). Tem experiência como professora universitária e na Educação Básica. Seus interesses de pesquisa incluem os temas: formação de professores, desenvolvimento profissional docente, docência na educação profissional e tecnológica e Institutos Federais.
Uma boa conversa combina com café. Pegue sua xícara e conheça a trajetória de Geralda Pena na pesquisa!
Em que momento a pesquisa passou a fazer parte da sua vida acadêmica e profissional?
Geralda Pena: A pesquisa passou a integrar minha trajetória desde a graduação no curso de Pedagogia na UFV, em 1990. Participei como bolsista de iniciação científica de dois projetos de pesquisa sobre Educação de Jovens e Adultos e me encantei com o trabalho de pesquisa. A iniciação científica foi a base para eu me interessar pelo mestrado. Devido à essa experiência na iniciação científica, já saí da graduação sabendo que queria fazer o mestrado, mas como ainda não havia mestrado em Educação na UFV e eu tinha dois filhos pequenos, não sabia como, nem quando, nem onde, só sabia que queria fazer! E fui muito determinada nesse objetivo, tanto que iniciei o mestrado em 1997 na UFMG. E anos mais tarde, concluí o doutorado na mesma instituição. No mestrado pesquisei a formação continuada de professoras de anos iniciais do Ensino Fundamental e no doutorado pesquisei a docência na Educação Profissional e Tecnológica.
Poderia citar alguns dos projetos de pesquisa, concluídos ou em andamento, que você desenvolve no IFMG – Campus Ouro Preto?
Geralda Pena: Atualmente, desenvolvo dois projetos de pesquisa, um no IFMG e outro na UFMG.
No IFMG, desenvolvo o projeto “A formação nos Institutos Federais: direcionando o olhar para as pesquisas sobre a formação docente” iniciado no dia primeiro deste mês, com financiamento do IFMG - Campus Ouro Preto para uma bolsista de graduação, que é a Fabiana Cristina Ramos de Faria, do curso de Pedagogia da UFOP.
Na UFMG, desenvolvo um projeto de pesquisa no Grupo de Pesquisa PRODOC, da Faculdade de Educação da UFMG, intitulado “Implantação da Resolução CNE/CP 04/2024 em Universidades Públicas de Minas Gerais”, coordenado pelo Prof. João Valdir Alves de Souza e com participação de pesquisadores de várias universidades e de alguns Institutos Federais.
Após a conclusão de meu doutorado, em 2014, desenvolvi diversos projetos no IFMG, com temas relacionados à formação docente e aos institutos federais. São eles:
- Dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: mapeamento da produção científica sobre os IFs (2019-2022)
- Processo de inserção na docência nos institutos federais ( 2019-2022)
- Perfil dos docentes dos institutos federais: atuação nas atividades de ensino, pesquisa e extensão (2018-2020)
- Desenvolvimento profissional docente nos institutos federais: mapeamento e análise de programas desenvolvidos na região sudeste (2018 - 2019)
- Desenvolvimento profissional docente nos institutos federais: estudo exploratório (2016 - 2017) em parceria com a UFOP (Profª Célia Maria Fernandes Nunes - Departamento de Educação)
- IFMG em busca de informações sobre seus egressos: percepções sobre a formação recebida e a inserção no mercado de trabalho (2016 - 2017) - Coordenadora: Clarice do Rosário Rocha Alves Viana
- A Percepção dos Egressos do Curso Técnico em Segurança do Trabalho em Relação à Formação Técnica Recebida e a sua Inserção no Mercado de Trabalho.(2015 - 2016) - Coordenadora: Clarice do Rosário Rocha Alves Viana
- Necessidades formativas de professores para o exercício de ensinar: um estudo com professores iniciantes na educação profissional e tecnológica (2015 - 2016)
- Perfil dos professores iniciantes na educação profissional e tecnológica e desafios do início da carreira docente (2014 - 2015)
Há algum projeto ou resultado de pesquisa do qual se orgulhe especialmente?
Geralda Pena: Sim, o projeto “Necessidades formativas de professores para o exercício de ensinar: um estudo com professores iniciantes na educação profissional e tecnológica”. Os resultados desta pesquisa possibilitaram a elaboração de indicadores que subsidiaram a elaboração do Programa Diálogos: desenvolvimento profissional docente, que foi implementado no Campus Ouro Preto entre 2017-2021, sob minha coordenação, desenvolvido em conjunto com a Área Pedagógica do campus. O levantamento das necessidades formativas dos professores por meio desta pesquisa foi fundamental para embasar a proposição e a organização das ações de formação destinada aos professores da instituição.
Que parcerias ou colaborações têm sido importantes no seu trabalho?
Geralda Pena: As colaborações com os grupos de pesquisa dos quais participo na UFMG e na UFOP.
Quais são, na sua opinião, os maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores brasileiros?
Geralda Pena: Especificamente nos institutos federais, considerando a categoria de técnico-administrativos, os grandes desafios, em minha opinião, são a inexistência de condições concretas para desenvolver pesquisa devido à ausência de tempo específico na jornada de trabalho para este fim, visto que a pesquisa é reconhecida na carreira docente, mas ainda não é considerada parte da carreira dos TAEs.
Que conselho você daria para estudantes que desejam seguir carreira acadêmica e de pesquisa?
Geralda Pena: Busquem a iniciação científica, participem de projetos de pesquisa, sejam curiosos e dedicados ao estudo! A iniciação científica, quando bem orientada, fornece as bases para prosseguir na carreira acadêmica e desenvolver novas pesquisas, inclusive no mestrado e doutorado. Tenho orgulho de ter vários ex-orientandos que ingressaram no mestrado e estão seguindo na trajetória de pesquisadores!
