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Estação de Engenheiro Corrêa ganha vida em reconstituição em 3D pelo projeto Paisagens Pitorescas

Tecnologia a serviço da memória: moradores poderão conhecer como era a estação quando recebia passageiros
publicado: 26/08/2025 09h34, última modificação: 26/08/2025 09h41

Como era a Estação Ferroviária de Engenheiro Corrêa, em Ouro Preto, quando ainda recebia passageiros? Uma provável aparência do espaço poderá ser conhecida graças a uma reconstituição em 3D realizada pelo projeto “Paisagens Pitorescas”, desenvolvido pelo IFMG – Campus Ouro Preto.

Sob orientação do professor e historiador Alex Bohrer, o projeto se apoia em pesquisa iconográfica e arquivística para recuperar visualmente cenários históricos de Vila Rica e seus distritos.  Para Bohrer, a estação é um marco fundamental da memória ferroviária e comunitária. “A estação de Engenheiro Corrêa é uma das mais importantes do município de Ouro Preto. Foi construída no final do século XIX, quando diversas outras estações estavam sendo implantadas. Tinha tudo o que uma estação precisava: agência, correios, as casas de trabalhadores e, ainda, a caixa d’água que abastecia as locomotivas. Assim como as igrejas barrocas marcam os distritos do século XVIII, no século XIX as estações ferroviárias eram o coração dos distritos. Preservá-las é preservar a alma da comunidade”, explica.

A reconstituição da Estação de Engenheiro Corrêa está sendo desenvolvida pelo arquiteto Tiago da Cunha Rosa, da especialização em Gestão e Conservação do Patrimônio Cultural, ofertada pelo IFMG, que destaca o caráter educativo e visual da iniciativa: “Estamos contribuindo com a Estação de Engenheiro Corrêa por meio de uma modelagem 3D do projeto Paisagens Pitorescas. Nosso objetivo é recuperar, de forma gráfica e didática, paisagens que foram alteradas ou até mesmo destruídas ao longo da história. No caso da estação, queremos mostrar como era seu funcionamento, oferecendo uma experiência visual completa e acessível.”

Além disso, por intermédio do bolsista do projeto, Vinícius Simedo, foram realizadas diversas atividades no âmbito de sua participação na equipe, como a produção de registros fotográficos, o auxílio nas intermediações entre os responsáveis pela execução das obras na estação e os representantes do projeto do IFMG, bem como a elaboração de registros escritos e fotográficos destinados ao seu relatório final como bolsista.

O vídeo em 3D permitirá que moradores, pesquisadores e estudantes tenham acesso a uma versão digital da estação em seu período de atividade, reforçando a importância da memória ferroviária para os distritos de Ouro Preto. “A reconstituição em 3D da Estação de Engenheiro Corrêa é um recurso fundamental para que as novas gerações compreendam como funcionava esse importante patrimônio ferroviário quando recebia passageiros, preservando a memória coletiva e valorizando a identidade cultural da comunidade”, explica Gilson Antunes, coordenador da Restauração da Estação Ferroviária de Engenheiro Corrêa.

A Restauração do Terminal Ferroviário de Engenheiro Corrêa conta com patrocínio master do Grupo Herculano e patrocínio do Grupo J. Mendes, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) do Governo Federal, com gestão da Holofote Cultural e apoio da Prefeitura de Ouro Preto.

Estação de Engenheiro Corrêa

A Estação de Engenheiro Corrêa foi inaugurada no ano de 1896. Sob o projeto denominado Estrada de Ferro D. Pedro II, iniciado em 1855, tinha a intenção de unir o Rio de Janeiro a Belém do Pará, através de vias ferroviárias e com isso ligar as províncias de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro às demais regiões do império.

Após a Proclamação da República, o projeto teve seu nome alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil. A “Estação Sardinha”, assim como o distrito que brotou ao seu redor, passou a ser chamada de “Engenheiro Corrêa” em homenagem a Manoel Francisco Corrêa Júnior, funcionário da Central do Brasil que morreu em um desastre no km 514 da ferrovia.

Apesar de sua desativação, a Estação de Engenheiro Corrêa permanece como um importante marco histórico e cultural, testemunhando o desenvolvimento do país e a importância das ferrovias para a integração e o progresso.