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Mitos e verdades sobre o IFMG

Nós, estudantes do curso de Edificações da turma 1D3 do Instituto Federal de Minas Gerais -campus Ouro Preto (IFMG-OP), entrevistamos alunos, funcionários, ex-alunos e a comunidade externa, com o objetivo de abordar o tema "mitos e verdades sobre o IFMG-OP
publicado: 23/08/2024 09h37, última modificação: 23/08/2024 09h37

Sabemos que existem muitos boatos sobre o instituto, como o uso de drogas ilícitas dentro do campus, desorganização, falta de compromisso dos docentes, entre outros. Na maioria das vezes, esses mitos incentivam pensamentos e falas errôneas, criando um preconceito sobre a escola.

Fonte: Maísa Leite (aluna do primeiro ano do curso de Edificações, turma 3).

Essa má reputação retratada pela tirinha de nossa colega Maísa, leva pais e responsáveis a não permitir que os adolescentes entrem na instituição. Além de muitas pessoas que passaram ou nem mesmo cogitaram tentar a optarem por não estudar aqui, acreditando ser verdade o que é propagado.
Ao longo dessa reportagem, descobriremos mais quais os mitos e as verdades que rondam as conversas sobre o IFMG-OP.

O QUE É UM MITO?

Sobretudo, devemos nos questionar: o que é um mito? Entrevistamos o doutor em Filosofia Bruno Oliveira, professor do campus, para sabermos mais sobre o significado desse conceito. Mito é uma alegoria e possui um conceito polissêmico (ou seja, tem muitos sentidos): é associado a algo que distorce uma realidade (com o objetivo, ou não, de esconder a verdade) – diz ele.
Outro conceito de mito seria a supervalorização de algo ou alguém. Temos como exemplo o cantor Michael Jackson, considerado o rei do pop. Ele não era rei, visto que somente é possível ser rei de uma nação – ou mais – em uma monarquia. A palavra “rei” foi usada com um sentido conotativo, com o objetivo de mostrar que ele era poderoso como um rei em seu gênero musical, o pop.
O conceito mais popular de mito perante a sociedade, se molda e se modifica com o tempo a partir do reflexo dos cidadãos. Por volta do século VII a.C. - na Grécia Antiga, por exemplo, a mitologia se dava por narrativas que não condizem com a realidade que temos hoje, mas eram vistas e contadas como verdade. O professor Bruno não considera esse caso como um exemplo de mito.

O professor Bruno argumenta que o mito não é apenas uma narrativa falsa, mas sim uma forma de expressar a fé que as pessoas têm em algo que não podem comprovar. Ele compara a mitologia grega, que era aceita como verdadeira na época, com as religiões atuais, que também se baseiam na fé para explicar o desconhecido. Ele defende que a fé não pode ser desconsiderada ou desqualificada como um mito, pois é uma parte importante
da cultura e da identidade das pessoas.

Fonte: Davi Leocádio e Larissa Fernandes (alunos do primeiro ano do curso de Edificações, turma 3).

O QUE DIZ A NOSSA COMUNIDADE

Para entender quais mitos circulam em nossa comunidade sobre o IFMG-OP, fizemos um questionário on-line, que foi respondido por 65 pessoas, incluindo alunos, ex-alunos, funcionários e comunidade externa. As respostas revelaram que a grande maioria dos participantes dessa entrevista confirmaram a existência de mitos sobre o IFMG. Os quatro mitos mais citados foram: excesso de liberdade no campus, uso de drogas ilícitas, desorganização da instituição e irresponsabilidade dos professores. 71,2% dos respondentes acreditam que o uso de drogas ilícitas, a desorganização e a irresponsabilidade dos professores com os alunos não têm fundamento na realidade, e
28,8% acreditam que o excesso de liberdade condiz sim com a realidade do campus.
Segundo nossa apuração, 31,3% dos que responderam foram impedidos de entrar no IFMG-OP por causa desses rumores que rolam sobre a instituição, como esses que estamos apurando. Isso quer dizer que esses rumores sobre o instituto podem sim ter interferido para que jovens tenham a oportunidade de estudar aqui.
Porém, 62,5% disseram que os boatos não tiveram relação com sua desistência. Como aconteceu com um adolescente que desistiu de estudar no instituto federal de Ouro Preto percebeu que a rotina era muito cansativa, além disso, ele conseguiu um emprego e não queria deixá-lo. Já um ex-aluno que abandonou o curso, disse que, por ser atleta de alto rendimento e viver do salário que ganha com o esporte, não sobrava tempo para treinar. Diz ele, "Eu gostava muito do IFMG, mas ocupava muito o meu tempo e dedicação", disse o ex aluno. Além disso, a análise das respostas sobre a influência familiar mostrou que 81,3% das famílias agiram de maneira positiva diante da entrada no IFMG-OP. A mãe do aluno Felipe, por exemplo, Karla Macedo da Silveira, afirmou: “fiquei muito feliz pelo resultado do Felipe no IFMG. Principalmente por vê-lo colher um resultado positivo, como sinal de que seus anos de dedicação como bom aluno que sempre foi. O IFMG-OP é uma escola conceituada, que vai abrir portas e oportunidades de crescimento profissional e pessoal para ele. Uma escola que o levará a amadurecer e ter a chance de aprender uma profissão. Filmei quando ele recebeu o resultado e me emociono até hoje com esse momento!”
Somente 6,2% dos respondentes afirmaram que suas famílias reagiram de forma negativa. A família de uma aluna ingressante em 2023 chegou a absurdo de dizer que ela, a estudante, poderia encontrar alunos praticando atos obscenos dentro do campus. A aluna não quis se identificar. Essa fala pode ter fundamentos em ações dos próprios alunos dentro campus, como quando foram espalhados preservativos abertos por alguns banheiros
e outras dependências. Esse fato está sendo apurado pelo Setor Pedagógico, já que a infração desfalcou o ambulatório do campus.
Quando questionados sobre a percepção de segurança no IFMG-OP, 72,9% dos participantes consideraram o ambiente seguro para estudar, enquanto 27,1% expressaram opinião contrária.
No contexto da tolerância a questões como uso de drogas, substâncias ilícitas e bullying, a maioria (49,2%) acredita que o IFMG não é totalmente, mas bastante tolerante, seguido por 18% que o consideram totalmente tolerante, 19,7% pouco tolerante e 13,1% totalmente intolerante. Questionamos o Setor Pedagógico a respeito da conduta do campus sobre uso de drogas, e recebemos a seguinte resposta:

“No que se refere ao uso de drogas por alunos no IFMG – Campus Ouro Preto, o Regulamento Disciplinar Discente nos embasa para fazermos o acompanhamento dos alunos. De acordo com esse documento, o uso de drogas é uma falta disciplinar (Art. 11, falta 27. Introduzir, portar, ingerir, permitir ou facilitar a entrada, nas dependências da
instituição ou em missão de representação, de bebidas alcoólicas, qualquer substância tóxica, entorpecente, alucinógena e/ou excitante que represente perigo para si e para a Comunidade Escolar – Resolução nº 8 de 20 de março de 2018) e quando um servidor ‘pega’ ou surpreende alunos(s) com suspeita de estarem usando, encaminha-o(s) para o Setor Pedagógico e registra uma ocorrência disciplinar. O Setor Pedagógico procura tratar
tal assunto com diálogo e em parceria com o Setor de Psicologia. Quando algum caso ultrapassa nosso trabalho, encaminhamos a ocorrência para a Comissão Disciplinar Discente (comissão composta por docentes, discentes e TAEs) que fica responsável em apurar os fatos e aplicar a medida disciplinar relativa. O registro da ocorrência é o primeiro passo e há registros de alguns casos.”

FICHA TÉCNICA

Setor Pedagógico do IFMG

Então, afinal, o que é mito, o que é verdade? Confira o box que desenvolvemos a seguir a este respeito:

Fonte: elaborado por Larissa Fernandes e Yara Malaquias (alunas do primeiro ano do curso de Edificações, turma 3).

Além das apontadas no quadro anterior, é notório que o IFMG-OP encaminha muitos alunos para as universidades, como apuramos no relatório da Comissão de Ingresso, Permanência e Êxito Docente, de 2021. Segundo este documento. 

Após a realização de pesquisas e entrevistas, concluímos que a maioria dos mitos sobre o IFMG-OP não são verdadeiros. No entanto, existem alguns relatos pelo campus que acabam sendo mal interpretados, gerando a propagação desses mitos.
A instituição é conhecida pela qualidade de ensino e boa formação para ingressar em universidades. No entanto, é de extrema importância que o IFMG-OP continue trabalhando para combater os mitos e garantir um ambiente seguro. Ações como campanhas de conscientização, combate ao uso de drogas e desorganização são fundamentais para isso.
Portanto, é importante que as pessoas questionem os mitos e avaliem se eles têm algum fundamento e se são verdadeiros ou não.

 

FELIPE: Atuou como editor‐chefe, coordenando equipes, e trouxe o relato de sua mãe.

ELLOAH: Atuou como editora‐chefe, auxiliando a comunicação entre as equipes e a professora.

MAÍSA: Administrou o grupo do design e elaborou a charge.

LETÍCIA: Administrou o grupo de texto e fez a correção no texto.

MIRELLA: Desenvolveu a versão escrita da entrevista feita com o professor Bruno Rafael Camargos Oliveira. Modificou a introdução escrita pela da Flávia.

KESSIA: Ajudou a Mirella fazer o desenvolvimento, entrevistou o professor Bruno Rafael Camargos Oliveira e contribuiu na produção do texto.

EMANUELY e KAIKE: Escreveram o texto do Saiba mais.

GABRIELLY/ANA LUIZA/LAVYNIA: Entrevistaram os estudantes do IFMG‐OP e o servidor Hudney Alves Faria de Carvalho.

LARISSA FERNANDES/DAVI: Produziram o box do Saiba mais.

LARISSA FERNANDES/YARA: Produziram a tabela de mitos e verdades.

HEVELYN/ANTONIO: Analisaram os dados e produziram texto a partir deles.

SAMIRA: Elaborou as questões da entrevista, divulgou o formulário e procurou informações sobre o uso de drogas na DE.

FLÁVIA: Fez a introdução, texto da entrevista aos alunos e sobre os que desistiram de entrar no instituto, texto de conclusão e ajudou na revisão.

GABRIEL TEIXEIRA: Ajudou revisar o slide da equipe de design.

GUILHERME: Revisou o material mandado, corrigiu os erros e reescreveu um parágrafo.

LARISSA PEREIRA: Revisou as peças de design.

GABRIEL FERNANDES: Elaborou questionários e realizou entrevistas.

GEOVANA: Revisou os textos enviados pelos alunos e fez a revisão do texto da reportagem.

MARINA: Elaborou questões e tentou entrevistar o professor Gustavo Ferrari, diretor de ensino.

LAURY: Entrevistou membros da Comissão Disciplinar.

GABRIELA: Elaborou a Ficha técnica.

Agradecimentos:
Membros da Comissão Disciplinar
Setor Pedagógico do IFMG campus Ouro Preto
Bruno Rafael Camargos Oliveira – Professor da CODEHCISA
Gustavo Arrighi Ferrari – Professor de Física e Diretor de Ensino
Hudney Alves Faria de Carvalho – Coordenador de Planejamento e Gestão de Ensino e Presidente da Comissão de Ingresso, Permanência e Êxito Docente
Karla Macedo da Silveira, mãe do aluno Felipe
Todos e todas e contribuíram com entrevistas e respondendo nosso questionário