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Projeto Saneamento Participativo é selecionado para apresentação em eventos nacionais e internacionais sobre inovação e sustentabilidade
O projeto Saneamento Participativo: Proteção à Saúde e Geração de Trabalho e Renda em Comunidades Rurais do Distrito de Cachoeira do Brumado, no município de Mariana (MG), foi selecionado para apresentação em dois importantes eventos em 2025, reforçando seu impacto social e ambiental. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o IFMG – Campus Ouro Preto, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Nesta semana, o projeto será apresentado no III Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT), realizado de 10 a 12 de junho, no Instituto Federal de Brasília (IFB), Campus Brasília. O InovEPT é um dos principais eventos do país voltados à promoção da inovação, do empreendedorismo e do desenvolvimento sustentável na educação profissional e tecnológica.
Além disso, o projeto também foi selecionado para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025. Classificado em primeiro lugar na categoria vinculada ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 6 (Água Potável e Saneamento), em edital promovido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), o projeto será uma das ações brasileiras apresentadas durante o evento da ONU, que reúne lideranças mundiais para debater soluções climáticas com foco na sustentabilidade e na preservação da Amazônia.
Desenvolvido entre 2022 e 2023, o Saneamento Participativo foi implantado no Distrito de Cachoeira do Brumado, em Mariana. Os recursos que viabilizaram a iniciativa são oriundos do edital interinstitucional IFMG–UFOP–UFV, com financiamento do Ministério Público do Trabalho, como parte das medidas compensatórias à tragédia ambiental na Bacia do Rio Doce ocasionada pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
A proposta adota uma tecnologia social de baixo custo e fácil replicação, baseada na participação ativa da comunidade, com foco na resolução de problemas socioambientais. Um dos principais resultados foi a construção de fossas ecológicas do tipo TEvap (tanque de evapotranspiração) para o tratamento de esgoto doméstico, com uso de materiais alternativos como pneus usados e resíduos da produção de artesanato em pedra sabão — uma atividade tradicional da região.
Segundo o professor Luciano Miguel Moreira dos Santos, docente do Campus Ouro Preto e um dos coordenadores da iniciativa, a interdição da cachoeira local em 2015, devido à má qualidade da água, trouxe sérios prejuízos à saúde pública e à economia do distrito, afetando diretamente o turismo, a agricultura familiar e a comercialização do artesanato. Com a implantação das fossas ecológicas, a comunidade foi capacitada e mobilizada, resultando em melhorias significativas na qualidade da água, redução de doenças de veiculação hídrica, retomada das atividades turísticas e valorização da produção artesanal local. Para além da recuperação ambiental, o projeto deixou um legado de cidadania e consciência coletiva, promovendo o desenvolvimento sustentável de forma integrada.
Para saber mais, acesse: Projeto Saneamento Participativo
