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Reportagens produzidas no ano letivo de 2023, pelos alunos dos primeiros anos dos cursos técnicos em Administração, Edificações e Mineração, com previsão de publicação para início do ano letivo de 2024.

publicado: 06/08/2024 14h29, última modificação: 06/08/2024 14h29

A partir de hoje, apresentamos reportagens produzidas no ano letivo de 2023, pelos alunos dos primeiros anos dos cursos técnicos em Administração, Edificações e Mineração. Os trabalhos foram desenvolvidos ao longo da terceira etapa do ano letivo de 2023, com previsão de publicação para início do ano letivo de 2024. Com o movimento grevista, que aconteceu logo no início as aulas, as reportagens só puderam ser divulgadas agora.

Ainda assim, trazem temas de grande relevância para nossa comunidade, como: mitos e verdades sobre ser aluno do IFMG, trote nas instituições de ensino, problemas infraestruturais do campus, ditadura da beleza, saúde mental, expectativas de futuro, onda de calor e os impactos no campus, o incentivo ao esporte e assédio.

Todas as pautas foram escolhidas pelos próprios alunos, que também realizaram todo o trabalho de apuração, pesquisa, levantamento de dados, fotografia, design, redação, revisão, entre outros.

Será publicada uma reportagem por semana. Desejamos a todas e todos ótima leitura, e aproveitamos para agradecer às pessoas que contribuíram com o trabalho dos estudantes, seja respondendo questionários, dando entrevistas ou fornecendo informações relevantes.

Agradecemos também à professora Karina Gomes Barbosa (Jornalismo/UFOP) pela palestra que ofertou durante a realização das atividades, sobre o papel da reportagem no jornalismo hoje.

Parabenizamos a todos os alunos pelo excelente trabalho realizado, pelo envolvimento e por toda a entrega a esta atividade!

Cordialmente,

Ana Elisa Novais, Elke Pena e Érica Aniceto

Quando eles vão consertar isto?

Alunos da turma 1EDI1, de 2023, do curso de Edificações do IFMG campus Ouro Preto
pesquisam sobre os problemas infraestruturais do campus, como atividade da disciplina de
Língua Portuguesa, da professora Ana Elisa Novais


“Quando eles vão consertar isto?” Uma simples pergunta, feita por vários alunos e servidores
de diversas escolas, mas que com o passar do tempo vem ficando cada vez mais frequente
dentro dos institutos federais espalhados pelo Brasil.
Pensando em esclarecer as diversas dúvidas sobre os problemas infraestruturais do IFMG
Campus Ouro Preto, os alunos do 1º ano do curso de Edificações, juntamente com a
professora de Língua Portuguesa Ana Elisa Novais, buscaram, por meio de uma reportagem,
mostrar então os dois lados da moeda.
É normal muitos alunos e funcionários pensarem que a causa desses problemas decorre
somente da má coordenação do campus. Nessa reportagem, iremos observar os
posicionamentos da comunidade escolar do campus sobre o assunto. Já adiantando, em
primeira mão, uma fala grave do diretor do campus, Reginato Fernandes, que nos afirmou que
a verba recebida pelo campus hoje é direcionada somente à sobrevivência da instituição, ou
seja, não temos dinheiro para obras, reformas, manutenção ou investimentos.

 Fonte: Davi Júnior e Marina Prazeres (alunos do curso Integrado em Edificações, turma 1).

Além disso, ouvimos também professores, alunos, e a comunidade escolar, sobre os tópicos:
acessibilidade, pequenos reparos, falta de água, energia, alagamentos e outros problemas
trazidos pela chuva, pela falta de verbas e de investimentos que recebemos ao longo dos anos.
Segundo questionário que aplicamos com 62 pessoas, entre alunos, técnicos e professores, o
índice de insatisfação e indiferença somam mais que o índice de satisfação, como podemos ver
no gráfico a seguir:

elisa IIIFonte: resultado de questionário on‐line aplicado por Isadora Guimaraes, Sabrina Martins e Raíssa Mendes, alunas do curso de Edificações, turma 1.

A seguir, apresentamos o que foi apurado na reportagem sobre cada tópico.

Acessibilidade

A LEI N.º 10.098, de 23 de março de 1994, estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida. Apesar da lei, muitos estudantes ainda enfrentam barreiras no acesso à escola e ao
aprendizado, especialmente as pessoas com deficiência física. Por isso, a acessibilidade nas
escolas é um aspecto crítico para garantir que todos tenham oportunidades iguais de
desenvolvimento.

As condições de acessibilidade do campus são boas para alguns, mas ruins para outros. Ao
entrevistar o aluno João, do curso de Administração, que é cadeirante, vemos que ele está
satisfeito, mas aponta alguns problemas, como falta de rampas de acesso ao Laboratório de
Prática de Obras. Muitas das vezes, o acesso da área central do campus até determinados
prédios precisa ser feito de carro ou percorrendo um caminho mais longo. Caio, aluno do
primeiro ano do curso de Automação, deficiente visual, também demonstra estar satisfeito
com a estrutura do campus, mas reclama da falta de pisos táteis, pois só existem na entrada
do pavilhão Segurança do Trabalho. Ele também afirma que poderia haver a reforma de alguns
passeios ou degraus que possam levar à queda.

Pequenos reparos

O diretor‐geral, Reginato Fernandes, afirma que implementou diversas ações no campus
visando combater a precariedade das instalações. Algumas das iniciativas já realizadas incluem
a aquisição de novos roteadores para melhorar a internet, a compra de ventiladores para
proporcionar ambientes mais confortáveis para as condições atuais do clima, e a instalação de
bebedouros novos nos pavilhões, visto que esses foram os problemas que os alunos e
servidores mais reclamavam.
Além disso, segundo Reginato, foram realizadas reformas graduais no Restaurante e nos
pavilhões de Mineração, de Metalurgia e o Central, o próximo será o de Meio Ambiente. A
pandemia foi aproveitada como oportunidade para aprimorar a infraestrutura, com reformas
realizadas na rede hidráulica e elétrica. A sua preocupação com a qualidade do espaço
acadêmico se refletiu na aquisição de mesas e cadeiras novas, visando proporcionar um
ambiente propício ao aprendizado. Ainda assim, alguns alunos já a quebraram ou danificaram
“Ainda tem muito a ser feito, as reformas e melhorias estão longe de acabar, porém com os
recursos atuais só é possível focar na sobrevivência do campus e fazer o básico”, afirmou
Reginato.
Além das melhorias apontadas pelo diretor, há outras questões ainda muito críticas no
campus, como por exemplo, os bebedouros. Muitos não têm água gelada, o que é um grande
problema em tempos de calor extremo. Outros têm pouca saída de água, o que pode provocar
filas e atrasos. Outros não estão funcionando.
A aluna Ingrid, do terceiro ano do curso de Edificações, acredita que há muitas melhorias a
serem feitas. No pavilhão de Edificações, por exemplo, a estudante afirma que deveria haver
mais planejamento, pois, quando chove, é quase impossível transitar, já que o chão fica
alagado. “Acho que a escola precisa investir mais em coisas necessárias para o uso da internet,
muitas das vezes, usamos para fazer trabalhos na escola, com consulta online, mas no campus
há muitas salas e lugares que a internet é muito ruim ou não funciona mesmo. É algo
necessário mudar porque todos os alunos, professores e funcionários necessitam de
internet.”, acrescenta Ingrid.

Falta de água e energia

Devido às chuvas, nosso campus tem ficado muito destruído em certas partes. No pavilhão de
Desenho Técnico, no período de chuva, o corredor principal tem ficado alagado porque o teto
não tem aguentado. O pavilhão de Edificações, assim como o de Segurança do Trabalho,
alagam quando há muita chuva.
Os problemas com a falta de energia e água também são citados tanto pelo professor José
Porfírio de Araújo Filho, da Educação Física, quanto pelos alunos que responderam ao nosso
questionário. De acordo com Porfírio, quando havia alguma chuva no campus, ocorria a falta
de energia. Recentemente, ocorreu uma chuva muito forte, que provocou uma queda elétrica,
mas por fatores externos. A falta de água é citada por alguns alunos, principalmente nos
bebedouros, um problema que está ocorrendo constantemente.

Investimentos e verbas

Não é mistério pra ninguém que o campus não recebe verba o suficiente. Mas, o que é feito
com o que recebemos? Foi a partir dessa pergunta que Reginato nos explicou um pouco como
ele a administra. Com a verba que o campus recebe não é possível fazer muitos investimentos,
ela vai praticamente toda para a sobrevivência do campus, ou seja, para as coisas básicas, e
mesmo assim não se consegue dar a atenção adequada a todas as coisas.
Ainda segundo o diretor, durante a pandemia ocorreram algumas reformas pelo campus,
tendo como objetivo principal as redes elétrica e hidráulica, tendo sido reformado também o
pavilhão central e mais recentemente a biblioteca. Agora há uma grande expectativa de
conseguir reformar principalmente o pavilhão de Meio Ambiente. Há pouco tempo a escola
conseguiu uma espécie de investimento privado que possibilitou a compra de 49 roteadores, a
serem distribuídos pelos pavilhões, melhorando um pouco a questão da deficiência de rede de
internet, além de 100 ventiladores, que serão instalados em cada sala, em pares.
Segundo o reitor do IFMG, Rafael Bastos, a verba de 2024 já foi direcionada para recursos de
investimentos em todas as unidades do campus IFMG. Os recursos foram utilizados para
comprar equipamentos de informática, material esportivo e demandas de infraestruturas
diversas.
Os recursos também foram destinados para o funcionamento dos campi, e também foi feito
um levantamento de necessidades institucionais. Além dos investimentos feitos em
equipamentos diversos, liberação de recursos extraorçamentários para o funcionamento do
campus também fizeram pedidos junto a SETEC (Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica), cujo objetivo principal é obter recursos para manutenção/melhoria da estrutura
do campus. Rafael também fala que em breve irá fazer um comunicado formal para nossa
comunidade, elencando os investimentos que irão pactuar junto às unidades.

Problemas específicos de cada prédio

 Em nosso questionário, perguntamos aos respondentes quais prédios do campus cada um estaria mais ou menos satisfeito. O mapa a seguir mostra que os prédios com alto grau de insatisfação são Meio Ambiente, Edificações e Metalurgia. Os prédios com mais índice de satisfação são Ginásio, Novo Restaurante, Geraldo Nunes e Galeria de Artes.

Fonte: elaborado por Ana Ferreira, Marina Prazeres, Helysa Silva, alunas do curso Integrado em Edificações, turma 1.

Além da pergunta no questionário on‐line, entrevistamos o professor Richardson Dutra sobre o
Pavilhão de Línguas. Segundo o docente, esse prédio é bem estruturado porque há algum
tempo passou por uma reforma, custeada pelos próprios professores.
Ainda sobre os prédios, apuramos que o pavilhão de Desenho Técnico não tem estrutura para
chuvas; a rede elétrica do pavilhão de Metalurgia tem problemas; há banheiros sem porta no
Meio Ambiente; o pavilhão de Edificações tem mofo e rachaduras, bebedouro que não gela e
alagamento na chuva; e o banheiro de Mineração precisa de reformas. Na verdade, as
reclamações sobre banheiros abarcam todos os pavilhões. Os banheiros têm cheiro ruim e
demoram muito para serem limpos.
Outros problemas ainda não resolvidos no campus seriam 1) os alagamentos e goteiras, que
aparecem em diversos pontos, em dias de chuva, comprometendo a locomoção e a estrutura
física do ambiente, além de provocar mofos nas paredes; 2) computadores defeituosos, tendo
como exemplos os laboratórios da Edificação, da Metalurgia, do Desenho Técnico e da
Segurança do Trabalho; 3) cortinas/persianas ausentes ou quebradas; 4) estruturas
comprometidas nos quadros brancos móveis.
E os problemas mais mencionados mas que ainda não possuíram solução alguma é a falta de
higiene nos banheiros, com portas quebradas tornando o uso quase impossível e a privacidade
da pessoa afetada, falta de papel higiênico, sabonete líquido e papel toalha, coisas básicas mas
que não dependem apenas do IFMG mas também da contribuição dos alunos para cuidar bem
do ambiente. Há também problemas na internet, que muitas vezes não funciona bem ou acaba
parando de funcionar sem motivo em lugares aleatórios do campus, como o pavilhão de
Química Prática, essa falta de internet acaba dificultando a realização de pesquisas, e também
dificulta o acesso a comunicação dentro do instituto.

Ondas de calor

Os problemas com as ondas de calor. Recentemente estamos vivendo uma incomum onda de
calor tanto na cidade de Ouro Preto quanto no mundo inteiro.
Segundo o reitor Rafael, este assunto tem sido de muita preocupação. Estão sendo realizadas
reuniões com as pró‐reitorias e Diretorias sistêmicas para alinhar ações que ajudem a
enfrentarmos essas situações atípicas. De acordo com o Rafael este tema é complexo e
diverso, considerando as diferenças estruturais entre as unidades do IFMG. Ocorreu até
mesmo a suspensão das aulas em uma das unidades por conta das ondas de calor.

FAZER A NOSSA PARTE

Elisa V.jpg

Fonte: elaborado por Ana Ferreira, Marina Prazeres, Elysa Silva, alunas do curso Integrado em Edificações, turma 1.

E além de tudo isso, também é crucial reconhecer a importância de preservar o ambiente
escolar, principalmente tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelo IFMG – Campus Ouro
Preto nesse momento. A precariedade de nossa escola requer uma maior atenção e um
esforço coletivo para fazer com que as melhorias realizadas realmente tenham efeito. E por
isso, como alunos, devemos ter consciência e assumir a responsabilidade de manter a escola
limpa e conservada. Se todos nós colaborarmos, podemos contribuir significativamente para
um ambiente escolar mais adequado, preservado e com uma experiência educacional melhor
para todos.
O diretor geral Reginato fala sobre a má conscientização dos alunos e da frequente quebra do
campus , enfatizando que simples reformas não são eficazes para uma melhora significativa do
instituto, pois o problema persiste. Destacou a importância de abordar as causas subjacentes
desse comportamento, visando a construção de uma comunidade escolar mais responsável e
comprometida. Ele também afirma que reformou um banheiro e em menos de um mês o
banheiro está todo destruído, sem contar as diversas pichações encontradas no campus.

Falta de água e energia

Durante a pandemia ocorreram algumas formas de reformas pelo campus, tendo como
objetivo principal as redes elétrica e hidráulica, tendo sido reformado também o pavilhão
central e mais recentemente a biblioteca. Agora há uma grande expectativa de conseguir
reformar o pavilhão de Meio Ambiente. Há pouco tempo a escola conseguiu uma espécie de
investimento privado que possibilitou a compra de 49 roteadores e 100 ventiladores que serão
distribuídos pelos pavilhões do campus, melhorando assim a qualidade da internet e
melhorando também o sistema de ventilação dentro das salas.

ELISA iv.jpg

Fonte: elaborado por Ana Ferreira, Marina Prazeres, Helysa Silva, alunas do curso Integrado em Edificações, turma 1.

FICHA TÉCNICA

ENTREVISTAS
Luisa Maria
Isabela Cotta da Anunciação
Lavínia Martins Vilas‐Boas
Sabrina Vieira Martins
Letícia Aparecida dos Passos
Marco Antônio Mendes Vieira
Raíssa Aparecida Dos Anjos Mendes
Thales William Gonçalves Fernandes
Isadora clara Guimarães
Giovanna Vitória Silva Figueiredo


TEXTO
Alexis Mara Ansaloni Ferreira
Maria Eduarda Lima
Andressa Cristina Leandro
Fernanda Araújo Torres


DESING
Helysa Cristina Silva Ferreira
Davi Júnior Oliveira Pinheiro
Filipe Augusto da Silva cruz
Marina Lara Reis Guimarães Fernandes
Ana Carolina Gonçalves Ferreira
Francisco Etrusco
Marina Prazeres de Jesus


REVISÃO
Gabriela Lima da Cruz
Angelina Reis Dos Santos
Cleisson Moura Dos Santos
Gabriel Gomes Xavier Messias

 
EDITORES
Rafael Rodrigues de Freitas Nunes
Gustavo Fernandes
Maria Eduarda Martins


Agradecimentos
Professor Rafael Bastos, reitor do IFMG
Professor Reginato Fernandes, diretor‐geral do IFMG campus Ouro Preto
Richardson Dutra, professor da CODALIN
João, ex‐aluno do curso Técnico Integrado em Administração
Caio, aluno do curso Técnico Integrado em Automação
Todos e todas e contribuíram com entrevistas e respondendo nosso questionário