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Trote nas escolas: entre tradições e limites

Alunos da turma 1EDI2, de 2023, do curso de Edificações do IFMG campus Ouro Preto, pesquisam sobre trote nas instituições de ensino, como atividade da disciplina de Língua Portuguesa, da professora Ana Elisa Novais
publicado: 14/08/2024 09h29, última modificação: 14/08/2024 09h29

O trote na escola é algo grave, porém, na maioria das vezes, é deixado de lado. Mas afinal, o que é o trote? É um ritual de iniciação, marcado por atividades nas quais os veteranos submetem os calouros a situações humilhantes, degradantes, e às vezes violentas, podendo chegar a níveis perigosos. Porém, alguns consideram essa prática uma forma acolhedora de receber os novatos, quando os praticantes são amigos apenas fazendo brincadeiras.
A história dessas ações começa no século XIV, em uma das primeiras universidades de Paris, entre franceses e alemães. Esses estudantes frequentavam as mesmas salas e procuravam demarcar as suas diferenças, humilhando e agredindo fisicamente aqueles que não eram oriundos de suas respectivas nações. Com isso, as demarcações violentas das identidades dos calouros e de seus veteranos se tornaram cada vez mais fortes. Em 1491, os
veteranos rotulavam o calouro como um animal que precisaria passar por uma série de
provações para poder participar da vida universitária.
Num contexto mais atual, podemos citar como exemplo do quão nocivo os trotes
podem ser, o ocorrido na Universidade de São Paulo, em 1999.

Fonte: elaborado por Emilly Almeida, aluna da turma EDIF1D2.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_de_Edison_Tsung_Chi_Hsueh

Nesse acontecimento, os veteranos de medicina passaram dos limites. Um aluno foi encontrado morto na piscina do clube da faculdade, após uma recepção desumana. A justificativa para esse ato criminoso foi o ódio por um aluno bem‐sucedido academicamente. O debate em torno do caso, na época, girou em torno do papel da escola na formação humana dos estudantes, como se pessoas escolarizadas fossem menos propensas a praticar crimes tão
violentos quanto esse. Sabemos que isso é um preconceito contra pessoas não escolarizadas, visto que o ambiente universitário é sim ainda palco de muitas ações assediadoras e violentas. Em Ouro Preto, há uma cultura histórica de trotes que já fez muitas vítimas. Essa cultura acaba nos influenciando no IFMG‐OP.
No dia 27 de outubro de 2012, Daniel, um jovem que cursava Artes Cênicas na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), foi encontrado sem vida. Segundo testemunhas, na noite anterior, o universitário havia consumido bebida alcoólica na república onde morava. O uso exagerado dessas substâncias provocou mal súbito, levando à morte do estudante. Alguns dias antes, Daniel contou ao seu amigo que os trotes eram pagos com o consumo de bebidas
alcoólicas. Por exemplo, se ele esquecesse de lavar a louça, teria q beber um copo de cachaça.
Um mês depois da morte de Daniel, ouve registro de outra morte de universitário. No dia 30 de novembro de 2012, ou seja, pouco mais de um mês depois, Pedro Vieira foi encontrado inconsciente em outra república. Ele chegou a ser levado para UPA, mas não resistiu. Segundo informações da testemunha, o estudante também havia ingerido bebida alcoólica e vomitado durante a noite. A causa da morte foi "depressão respiratória" pela intoxicação. Com as duas mortes, a universidade fez uma série de ações educativas para combater o uso excessivo de bebidas nas festas dos alunos.
Trotes não acontecem só em repúblicas masculinas. Estão ligados à marcação de hierarquias. Uma estudante de Farmácia, moradora de mais uma república da UFOP, conta que sofria muita humilhação e trote pesado. Uma fonte próxima à aluna nos relatou que ela não tinha coragem de contar para o pai sobre os trotes, ficava envergonhada. Isso começou a prejudicá‐la em vários aspectos, como estudos, e inclusive começou a se questionar se estava
no curso certo, se era a profissão que ela queria seguir. Chegou um momento em que a menina estava preferindo desistir do curso do que relatar para o pai a situação que ela passava.
Conforme os últimos dados, entendemos o perigo dessa "brincadeira" de mal gosto. Assim, achamos uma pauta importante para ser trabalhada, fizemos diversas pesquisas em nosso ambiente acadêmico (IFMG‐OP) para abordarmos esse assunto problemático no lugar que estudamos, infelizmente ainda ocorre com frequência. Comparando com as informações citadas acima, podemos analisar que de modo geral, a situação melhorou um pouco, mas que toda forma ainda temos muito o que desconstruir dentro de uma cultura histórica e
preconceituosa.

Histórias de trotes no Instituto Federal – Ouro Preto

O atual diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia ‐ Campus Ouro Preto: Reginato Fernandes nos relatou que, quando foi aprovado no IFMG‐OP, em 1996, um dos trotes clássicos era raspar a cabeça com gilete, sem nenhuma preparação, o que poderia provocar ferimentos. O ciclo de trotes entre quem sofre e quem pratica também foi confirmado pelo diretor. Ele admitiu que também praticou trotes após se tornar veterano, mas evitou trotes mais intimidadores, violentos e ameaçadores.

Fonte: elaborado por Alícia Calazans e Giovanna Paixão, alunas da turma EDIF1D2.

Por essa linha do tempo, percebemos que nem sempre alguma vítima de trote passa adiante essa tradição. Mas também observamos que alguns alunos que não sofreram trote, o praticam no ano seguinte. Essa é uma tradição que não morre ao longo dos anos, e provavelmente continuará, esperamos que futuramente ela ocorra com meios acolhedores e divertidos.
Reginato também discutiu a evolução dos trotes universitários desde o momento que ele sofreu, até quando os praticou. Destacando a mudança de práticas abusivas para abordagens mais educativas e inclusivas. Ele menciona a importância de uma transição acolhedora para os novos alunos, focando em trotes como gincanas informativas e
consentidas. A Comissão Disciplinar Discente é citada como essencial no combate a práticas indisciplinares, refletindo a necessidade de atualizar regulamentos para abolir novas formas de agressão. O diretor enfatiza a importância de focar nos alunos do primeiro ano para mudar a cultura da escola, visando uma experiência sem sofrimento desnecessário, em um ambiente onde o desafio acadêmico já é significativo.
Segundo Tuta, pedagoga aposentada que atuou no campus, os trotes começavam na semana de recepção de calouros, e eram muito comuns trotes que provocavam danos físicos e materiais. Ela nos contou sobre dois trotes que marcaram muito a sua vida profissional no IFMG Ouro Preto (na época, Escola Técnica Federal de Ouro Preto). Muitos trotes, assim como hoje, aconteciam dentro dos ônibus. Em uma dessas situações, um dos alunos tentou se livrar do trote e acabou quebrando a perna, ficando com fraturas por todo o corpo. Um exemplo muito significativo e triste. Este aluno não continuou na escola, começamos a nos preocupar, entendendo que a escola tem responsabilidade com os alunos dentro e fora do campus.
O segundo trote que marcou a pedagoga foi no início dos anos 2000, dentro do alojamento do campus, que até hoje abriga adolescentes entre 14 e 18 anos com perfil socioeconômico baixo. Tuta conta que pegaram todas as roupas de um aluno, amarraram e deram nós, ele não tinha o que vestir, porque não conseguia desata‐los. Vários alunos foram responsabilizados e suspensos. Após esses casos, foi baixada uma portaria proibindo o trote dentro e fora da escola.

O que diz a nossa comunidade

Para entender como o trote ocorre no IFMG hoje, aplicamos um questionário, com o total de 63 respostas, onde alunos de todos os cursos responderam. Nele, vimos que o trote é percebido hoje como acolhedor para 70,6% dos alunos, e intimidador para 29,4%. Esses mesmos estudantes assinalaram, em 70%, que trotes acolhedores devem continuar.
Analisando os dados, notamos que o trote não é tão assustador como antes, muitos consideram algo divertido. Apesar de ainda haver situações sem limites, elas constam como minoria, muitos veteranos acolhem e fazem amizade com os calouros de uma forma descontraída.
O pior do trote acontece hoje, assim como nos anos 90, dentro dos ônibus. Alunos que ingressaram em 2023 explicaram que sofreram muitas humilhações nesse ambiente, que é externo às dependências do campus, e portanto, mais difícil de ser controlado e regulado. Um aluno relatou: “era bem desconfortável saber que além da humilhação na escola, teríamos que sofrer essas agressões verbais e físicas de forma até pior dentro dos ônibus, na hora de ir embora”.
Ele conta que tinham que passar pasta de dente no rosto, ir em pé no ônibus, ouvir coisas desconfortáveis e ser manchado de tinta. Por isso, alunos evitavam de voltar nos ônibus escolares e pagavam pela passagem para voltar para casa. Faziam isso como forma de não sofrer esse tipo de agressão.
As percepções sobre o trote no campus hoje variam, pois alguns o consideram como uma tradição de acolhimento e integração, já outros acreditam que é preciso impor limites para garantir uma experiência positiva. A discussão sobre acabar ou não com o trote persiste, destacando a necessidade de encontrar um equilíbrio que preserve a essência de boas‐vindas, sem comprometer o bem‐estar dos envolvidos nos Institutos Federais e universidades.
O gráfico a seguir foi elaborado com todas as respostas abertas do nosso questionário. Palavras em destaque como “limite” e “brincadeira” nos evidenciam que muitos consideram hoje o trote uma brincadeira, mas com limites. O que estamos considerando como “trote acolhedor”.

Fonte: elaborado por Emilly Almeida, aluna da turma EDIF1D2.

Destacamos, a seguir, algumas falas relevantes que foram retiradas das respostas abertas:
"O trote é uma forma de integração dos calouros com os veteranos."
"Acho que o trote deve acontecer desde que não ultrapasse os limites de uma brincadeira e respeitando sempre as vontades do calouro."
"Passei pela maioria dos trotes e vi como uma brincadeira, não me senti agredido nem assediado, e foi uma experiência agradável, além disso, criei laços com pessoas novas."
"Como dito, é uma forma de socialização, tradição e acolhimento."
"O problema do trote não é sua existência, e sim sua desregulação. O trote pode ser algo saudável se for regrado."
"Acho que ao invés de acabarmos com o trote seria, interessante conseguir uma forma de ser divertido para todos."
“O trote pode parecer com uma brincadeira divertida de acolhimento, mas, na verdade, essa ‘brincadeira’ traz medo aos estudantes novatos, receios e ‘más impressões’ sobre o campus e os demais estudantes”
“Acho que os trotes (consentidos) não devam acabar, porque é uma forma de interagir e integrar com os novatos. Acho que devem ser postos limites pra que ninguém se machuque ou tenha seu espaço invadido ou vontades violadas”.
As opiniões em nosso questionário concentram‐se em duas formas de ver o trote hoje. Em ambas, o trote intimidador é condenado. Vários alunos concordam que o trote não deveria acabar, mas que limites devem ser impostos quando praticados. Além disso, há pessoas que não veem necessidade nem motivos para o trote existir, e que consideram essa ação, na maioria das vezes, desnecessária.

A partir dessas falas, elaboramos o quadro a seguir, que propõe uma categorização sobre trotes acolhedores e intimidadores:

Fonte: elaborado por Giovana Barreto, Emilly Almeida e Camila Amaral, da turma EFID1D2.

IMPACTO NA SAÚDE MENTAL

O psicólogo Kiraly Cecílio Moraes explica que o trote pode afetar psicologicamente uma pessoa, sendo uma forma de violência que busca impor‐se através de abusos físicos, psicológicos e verbais. Essa prática, comum em relações escolares e de trabalho, pode causar traumas, diminuindo a autoestima e desumanizando a vítima, podendo levar a transtornos psicológicos que variam de leves a graves.
Kiraly explica que “o bullyng é basicamente uma forma de violência, uma tentativa de um sujeito tentar se impor por outro. A partir, talvez, de uma violência, um abuso psicológico, um abuso físico, um abuso verbal. Uma tentativa de tirar do outro uma validação de pertencer a um certo espaço, uma certa hierarquia, que acontece em algumas relações. Por exemplo, em relações escolares entre alunos, em relações de trabalho, mas isso é mais comum em relação entre alunos. Por exemplo, essa questão do trote é quase como forma de dizer à pessoa que ela tem que passar por um "sacrifício", pra fazer parte de um grupo. Mas isso tende a ser traumático, faz com que a pessoa se sinta diminuída, desvalorizada, e geralmente de uma forma violenta, de uma forma que é humilhante, de uma forma que vai tirando a humanidade daquela pessoa, uma forma de desumanizar uma pessoa. Então os efeitos disso podem ser um adoecimento, claro que isso vai ser subjetivo a cada pessoa, como vai reagir. Mas é possível
sim, que possa gerar transtornos psicológicos de leves a graves.”
Kiraly explica que essa prática é uma forma de violência, uma tentativa de superioridade de se impor ao outro. Pode ser uma violência psicológica, física ou verbal. Pode ser entendido como uma hierarquia, uma ação de invalidar o pertencimento. Foram citados exemplos de relações escolares entre alunos e até em relações de trabalho, sendo mais evidente em ambientes escolares. "Por exemplo, essa questão do trote é quase como forma de dizer à pessoa que ela tem que passar por um "sacrifício", pra fazer parte de um grupo", disse Kiraly, o psicólogo. Sendo assim, em situações de trotes mais graves, tende a ser traumático, pois é uma forma humilhante e violenta: "de uma forma que vai tirando a humanidade daquela pessoa, uma forma de desumanizar uma pessoa". Portanto, causam efeitos psicológicos, um acontecimento. Sendo é possível que gerar transtornos psicológicos de leves a graves que pode ser diferente para cada um.

TROTE SOLIDÁRIO

Segundo o site “Educa + Brasil”, “o trote solidário é uma iniciativa que procura substituir práticas convencionais de recepção nas universidades públicas e privadas, muitas vezes ligadas a brincadeiras desconfortáveis ou vexatórias, por ações que beneficiam a comunidade ou alguma causa social. Em vez de se concentrar em atividades que possam capacitar ou constranger pessoas, os estudantes buscam realizar atividades solidárias, como arrecadação de alimentos, roupas, materiais escolares ou recursos financeiros para instituições de caridade, hospitais, orfanatos ou outras organizações sem fins lucrativos. Esse tipo de recepção visa promover valores de solidariedade, empatia e responsabilidade social entre os estudantes, permitindo que eles se integrem à comunidade de formação positiva desde o início de sua jornada acadêmica. É uma maneira de canalizar a energia dos calouros para causar um impacto positivo na sociedade.”
Na UFOP, uma campanha de trote solidário aconteceu durante muitos anos, como iniciativa da REFOP e da ARROP, associações fundadas para a integração das comunidades republicanas e ouro‐pretana na prestação de assistência social. Pelo que conseguimos apurar, esse projeto era realizado no início de cada semestre letivo da UFOP, com o intuito de arrecadar alimentos e roupas para doação. Além do Trote Solidário, as duas associações estudantis também promoviam o projeto Universidade Desce o Morro (UDM) que busca revitalizar e promover espaços de cultura e lazer para a comunidade. Não encontramos informações sobre esse projeto a partir de 2017.
Ao longo da reportagem vimos as vantagens e as desvantagens do trote. Podemos observar que, antigamente, a situação era pior, os trotes chegavam a níveis mais graves e geravam diversos problemas e traumas psicológicos. Portanto, o trote solidário é uma nova ideia que vem ajudando a recepção dos calouros se tornar melhor. Notamos que está sendo importante investir no trote solidário, pois a maioria dos alunos não considera essa prática algo
humilhante e constrangedor, mas sim uma forma de inclusão. Apesar de haver mudanças significativas, não podemos ignorar essa prática e devemos continuar tomando medidas para que ela não seja perigosa. O trote é um assunto necessário para discutir, principalmente em um ambiente como o nosso.

 

 

FICHA TÉCNICA

EQUIPES

FUNÇÕES

NOMES

EDITORIAL

Coordenou a equipe de design

Camila Aparecida da Silva

Coordenou a equipe de texto

Carolina Ribeiro Duarte

Procurou Pesquisas Bibliográficas sobre trote e fez a Ficha Técnica

Laís Lury Sakaki Ogawa

PESQUISA/APURAÇÃO CAMPO/ENTREVISTA

Entrevistou o Setor Pedagógico e Coordenadores do "Trote Não Rola"

Arthur Alves Cotta

Procurou Pesquisas Bibliográficas sobre trote e relatou de trote no ônibus

Gabrielle Zacarias de Fátima Xavier

Entrevistou o Setor Pedagógico e Coordenadores do "Trote Não Rola"

João Emanuel Araujo de Souza

Fez o questionário

Kauan Henrique Pereira Carneiro

Entrevistou o Setor Pedagógico e Coordenadores do "Trote Não Rola"

Maria Clara Pereira Cunha

Entrevistou o diretor Reginato Fernandes e os calouros

Maria Clara Viana Neves

Entrevistou o diretor Reginato Fernandes e apurou as respostas abertas do questionário

Laura de Souza Ramos

Entrevistou o diretor Reginato Fernandes

Luis Felipe Fernandes

Procurou Pesquisas Bibliográficas sobre trote e entrevistou o diretor Reginato Fernandes

Pedro Felício Gonçalves

TEXTO

Procurou sobre os casos graves de trotes em Ouro Preto

Ávila Rosemberg Nunes Feitosa

Apurou as repostas abertas do questionário e ajudou na produção do texto

Kauanh Charlis Marciel

Fez o texto da Reportagem

Maria Eduarda de Padua Lopes

Ajudou na produção do texto e resumo da entrevista do diretor Reginato Fernandes

Sabrina Mariany Martiniano Costa

Entrevistou o psicólogo Kiraly Cecílio Moraes, transcreveu a entrevista e resumiu

Vitória Sabrine Modesto de Oliveira

DESIGN

Fez a arte do design "Ciclo do Trote"

Alícia Ferreira Calazans

Fez o "Saiba Mais" e a "Tabela do Acolhedor e Intimidador"

Camila Aparecida Amaral Leme

Fez a "Nuvem de Palavras", "Saiba Mais" e a "Tabela do Acolhedor e Intimidador"

Emilly Almeida Sant'ana

Fez a "Tabela Acolhedor e Intimidador"

Giovanna Barreto Rodrigues Sales

Fez o "Ciclo do Trote"

Giovanna Lorenzato Paixão Fonseca

REVISÃO

Fez a revisão da reportagem

Gabriel Ferreira de Souza

Fez a revisão da reportagem

Sabrina Cotta da Silva

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agradecimentos
Professor Reginato Fernandes, diretor‐geral
Kiraly Cecílio Moraes, psicólogo
Setor Pedagógico
Coordenadoras/es do projeto “Trote não rola”
Todos e todas e contribuíram com entrevistas e respondendo nosso questionário