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Eu faço parte desta história: entrevista com o professor Marcos Dias da Rocha
Para celebrar e reconhecer a trajetória dos servidores do IFMG - Campus Ouro Preto ao longo dos 80 anos de história da instituição, trazemos mais uma entrevista da série "Eu faço parte desta história". Nessa série, servidores ativos e aposentados compartilham suas experiências, desafios e conquistas.
Desta vez, trazemos a história de Marcos Dias da Rocha, professor que se juntou ao IFMG em junho de 2014, começando sua trajetória no Campus Congonhas. Em setembro de 2015, Marcos iniciou suas atividades no Campus Ouro Preto, integrando atualmente a Coordenação de Matemática (CODAMAT). Com uma trajetória diversificada, Marcos já lecionou em quase todos os cursos e modalidades oferecidos pelo campus e assumiu diferentes responsabilidades, incluindo o cargo de Gerente de Planejamento e Gestão do Ensino (atualmente Coordenação de Planejamento de Ensino), além de coordenador do curso de Especialização em Educação Matemática e de área. Também foi elaborador e revisor das provas de Matemática do vestibular do IFMG em 2018 e coordenador da banca nos anos de 2019 e 2020.
Acompanhe a seguir a entrevista completa e conheça mais sobre o trabalho e as memórias que Marcos construiu ao longo de sua jornada no IFMG.
Eu faço parte desta história: Marcos Dias da Rocha
Como foi seu primeiro dia no Campus? O que mais te marcou quando você entrou pela primeira vez na instituição?
Marcos: O meu primeiro dia de aula no IFMG foi no campus Congonhas e foi um momento de muita emoção por ter conseguido passar em um concurso público no qual tinha pouca esperança de ser aprovado. Lecionar em uma instituição de ensino federal era um sonho distante e que foi possível apenas após uma ex-aluna de cursinho pré-vestibular ter me informado e incentivado a me inscrever. Como foram vários meses entre a última etapa e a nomeação, estava ansioso para poder conhecer os colegas, alunos e todo o ambiente onde iria desenvolver minhas atividades nessa nova etapa da minha vida. Cheguei em uma segunda-feira às 6h e só haviam os vigias. Quando entrei na turma às 7h e senti a recepção dos alunos com seus olhos curiosos, foi como se fosse a minha primeira aula da vida.
Aproximadamente um ano depois, tive a oportunidade de ser removido para o campus Ouro Preto. Como estudei na UFOP, sempre tive um carinho muito grande pela nossa vizinha Escola Técnica. A minha colação de grau ocorreu no auditório do campus em 2003. A lembrança de entrar aqui 12 anos depois como professor efetivo trouxe uma sensação grande de realização.
Tem algum projeto, aula, momento ou período que você considera o mais marcante da sua trajetória aqui?
Marcos: Tenho muita dificuldade para elencar um momento específico, pois cada aula, eventos, bancas e comissões de que participei deixaram muitas marcas. Acho que a experiência no contato com os coordenadores e docentes no período de pandemia, na época em que fui gerente, foi um dos maiores desafios que já tive. Mas, as mensagens dos ex-alunos informando que estão alcançando seus objetivos e agradecendo pela contribuição são sempre gratificantes.
Como é ver o impacto do seu trabalho nos alunos ao longo dos anos?
Marcos: Acredito que este seja o fator que mais nos motiva a buscar cada vez mais formas de contribuir com os alunos. Assim como minha história foi transformada pela educação, pois fui o primeiro da minha família a fazer curso superior, fico muito satisfeito vendo os alunos amadurecendo e, com a contribuição da escola, atingindo suas metas. Dentre muitos casos legais, me alegra muito quando recebemos ex-alunos do cursos integrados que optaram pelo curso de Matemática na UFOP e voltam para fazer estágio nas nossas turmas. Outro caso que me marcou muito foi o trabalho durante dois anos com o João, que se formou no ano passado no curso técnico de Administração e hoje faz o superior na UFOP. Ele me ensinou muito sobre empatia e superação. Há alunos de quem eu tive que chamar atenção e que posteriormente entraram em contato, dizendo que entenderam que aquilo foi importante para eles mudarem e se tornarem pessoas melhores. São muitos relatos e casos que me fazem ter a certeza de ter encontrado uma profissão que realmente contribui na formação de uma sociedade melhor.
O que você acha que mudou mais ao longo dos anos na instituição, e como foi participar dessas transformações?
Marcos: A sociedade e, por consequência a escola, está em constante mudança. Os professores devem lidar com esses “novos” alunos que estão ocupando seus espaços. Nesse sentido, acho que a questão da inclusão é um dos grandes desafios e acredito que, com todas as limitações que as estruturas nos impõe, temos feito um bom trabalho. Acredito, contudo, que ainda há muito a se fazer nessa área.
Quais desafios você acredita que a instituição enfrenta e ainda vai enfrentar nos próximos anos?
Marcos: Sempre tenho um olhar mais voltado para a sala de aula. E, para nós, acho que a discussão sobre a questão das tecnologias é muito relevante e necessária. Em um âmbito maior, temos o desafio da redução orçamentária e, mais especificamente no nosso campus, a redução do número de técnicos. Entendo que são questões difíceis para a gestão.
O que mais te motiva a continuar fazendo parte desta história no IFMG?
Marcos: Assim que ingressei no IFMG, percebi a amplitude de possibilidades que o trabalho docente oferece, mostrando que há muitas formas de contribuir além da sala de aula. Uma das atividades que me motivaram foi o trabalho com projetos de pesquisa e extensão (embora as atividades de representação e gestão não tenham me permitido atuar nessas áreas recentemente). Esses são diferenciais que a escola oferece e ampliam a formação dos alunos que passam por aqui e eles se mostram muito gratos por essas experiências. Minha grande motivação é continuar contribuindo para a comunidade, buscando fazer o melhor possível para que nossos alunos tenham êxito.
Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho para o Marcos quando ingressou na instituição, qual seria?
Marcos: Aqui encontrei pessoas que se importam com a educação. Tenho muitos colegas que acreditaram e acreditam no meu trabalho e sempre fui respeitado por todos. Nunca imaginei tudo o que poderia vivenciar como servidor, e sei que ainda tenho um longo caminho pela frente. Espero contribuir muito mais com a nossa escola. E o que eu diria para o Marcos de 10 anos atrás é: “Carpe diem”.