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Política e Juventude: consciência política dos jovens do IFMG Ouro Preto

Presidência da República. Congresso. Câmara. Senado. Supremo Tribunal Federal. Ministérios. Secretarias. República federativa presidencialista. Três poderes. Legislativo, executivo, judiciário. Você sabe como funciona o sistema político brasileiro?
publicado: 11/05/2023 12h51, última modificação: 11/05/2023 12h51

Esta reportagem foi produzida por alunas e alunos do curso técnico integrado em Automação Industrial e integra série produzida em atendimento à disciplina de Língua Portuguesa, sob orientação da professora Ana Elisa Novais.


 

 

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Clickbait: Em pesquisa interna sobre política no Brasil, 8,3% dos alunos que responderam defendem a monarquia constitucional parlamentarista como modelo político ideal para o Brasil.

É comum, em nosso dia-a-dia, nos depararmos com notícias relacionadas ao cenário político nas manchetes dos jornais. Nos últimos tempos, essas notícias se intensificaram. Se tornou habitual, no Brasil de hoje, abrir uma rede social e nos depararmos com algum jornalista relatando alguma ação do STF. Ou então, encontrar, em portais de notícias diversos, matérias que trazem projetos ou escândalos dos eleitos para cargos do poder executivo. Ainda, em um telejornal, assistir a algum apresentador tecendo críticas a determinado membro do poder legislativo. A política faz parte da nossa vida e é importante entender de que forma está organizado o sistema político brasileiro. A recorrência, a intensidade e a complexidade que questões políticas têm tomado nossos meios de comunicação e impactado diretamente nossas vidas nos motivou - alunos da turma 2, do 1º ano do Ensino Médio, do curso técnico em Automação Industrial, do IFMG - campus Ouro Preto - a produzir essa reportagem. 

A política se faz mais presente para nós também como estudantes na rede pública federal de ensino. A eleição para o cargo máximo do poder executivo federal, a presidência da república, aconteceu há poucos meses, e, durante todo este período, tivemos intensos momentos de debate em nosso ambiente escolar. Além disso, por sermos estudantes da rede pública federal e pelo tema da verba para tais instituições estar sendo constantemente debatido, passamos a ter um motivador adicional para a criação desta reportagem. Portanto, devido aos motivos previamente apresentados, focaremos em discutir e apresentar dados sobre a consciência política dos alunos do IFMG campus Ouro Preto.

Consciência política


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Para Aristóteles, o ser humano é um animal político. Mas qual o real significado por trás dessa fala? Ao contrário dos animais irracionais, que costumam viver em bandos, os seres humanos se unem de forma mais complexa, podemos dizer. Formam-se sociedades através de relações com outros membros e baseadas em algumas “regras” a serem seguidas.

Ter conhecimento prévio dessas regras é algo de extrema importância, pois são elas que ditam nossa convivência dentro de uma comunidade. Tendo esse conhecimento em mãos, a sociedade é capaz de tomar decisões no que diz respeito à escolha de seus representantes políticos, a fim de que seus interesses sejam atendidos. Caso contrário, desconhecendo suas necessidades, seus direitos e seus deveres de cidadão, não serão atendidos pelo representante escolhido.

De acordo com esses pressupostos, nós, alunos do IFMG – campus Ouro Preto, realizamos uma entrevista com outros alunos e ex-alunos, buscando entender a consciência política dos estudantes do IFMG, e investigar como são adquiridas informações sobre esse assunto. Produzimos um questionário com perguntas básicas sobre política, a partir do qual concluímos que nossos alunos possuem conhecimentos básicos  para discutirem suas opiniões caso necessário.

 

O que pensam e dizem nossos alunos?

De acordo com os dados do questionário aplicado aos alunos, a maioria dos 24 que responderam têm menos de 16 anos e fazem o curso de Automação Industrial. O formulário começa com uma provocação, perguntando se o Brasil pode hoje ser considerado uma democracia. Os que responderam “sim” a esta pergunta totalizam 75%. Nossa hipótese para o fato de termos ainda 25% de alunos que não consideram o Brasil como uma democracia é a de que este conceito é ainda muito vago para determinadas pessoas, ou, ainda, que vivemos em momentos tão difíceis e conturbados na política que o próprio conceito de democracia pode estar abalado.

A pergunta sobre qual seria modelo político ideal para o país gerou um certo conflito e divisão nas respostas: 50% concordam com o atual modelo político e 50%, não. Percebemos também que, apesar de apenas metade concordar, prevalece o voto a favor do sistema político brasileiro vigente atualmente. 75% dos alunos que responderam concordam com a obrigatoriedade do voto, e afirmam que, se o voto não fosse obrigatório, votariam mesmo assim. Ainda sobre o atual sistema político brasileiro, a maioria dos respondentes acertou sobre sermos uma República Federativa Presidencialista, e também sobre os papéis dos três principais poderes da república: Legislativo, Judiciário e Executivo. (Para saber mais, consulte o box abaixo).

Este cenário de respostas nos fez perceber que, de certa forma, o IFMG influencia positivamente no conhecimento de política dos alunos. Aqui, temos um espaço rico de discussão e formação de consciência política crítica.

Essa sensação ficou evidente também nas entrevistas realizadas pela turma com estudantes e ex-alunos do campus. João Lucas Muniz, ex-aluno do curso de Automação Industrial, lembrou que, para que tenhamos um bom sistema educacional, é preciso que outras questões sociais precisam ser levadas em conta. Não é possível uma educação de qualidade se muitos têm ainda que pensar se terão comida em casa.

Felipe Pereira, aluno do curso de Mineração e líder do Grêmio Estudantil, dá sugestões sobre como se informar hoje em dia sobre questões políticas. Segundo ele, é essencial tentar sair da zona do conforto e buscar discutir e se informar com pessoas que possuem opiniões diferentes das nossas, num esforço de ouvir o outro. Segundo ele, “você tendo vários pontos sobre um mesmo assunto, você vai conseguir melhor formular a sua opinião e a sua base para defender a sua opinião sobre aquele assunto”.

(Assista ao vídeo completo da reportagem no player abaixo) 

Reflexões finais

Muitas pessoas, ainda que por ignorância ou opiniões alheias, dizem não se interessar por política, reproduzindo falas como: “não me envolvo com política!” ou “político é tudo igual!”. Nós acreditamos que este tipo de pensamento é muito raso e, infelizmente, muito comum hoje em dia.

Aqui no IFMG temos um espaço privilegiado de discussão, com diversas instâncias de debate e atuação política, como conselhos, órgãos colegiados, grêmio estudantil, coletivos, etc. Por fazermos parte da rede pública de ensino, estamos sempre diante de assuntos importantes a serem debatidos com relação a nossa instituição.

Devido a isso, defendemos que é cada vez mais importante fomentar campanhas com intuito educativo, tanto através de veículos de comunicação quanto nas instituições de ensino, já que o voto é o que hoje determina quem será eleito para representar nossos interesses.

SAIBA MAIS!

Elaboramos um resumo sobre as funções de cada um dos três poderes que formam o sistema político brasileiro, a fim de ajudá-los a trilhar o seu próprio caminho. Aproveite para se informar um pouco mais!

Sistema político brasileiro

No Brasil atual, o sistema político vigente é o de República Federativa Presidencialista. Trata-se da maneira como o Estado brasileiro se organiza. O modelo republicano se originou na Grécia Antiga, como um modelo onde o povo governa. Tendo, no Brasil, a classe política eleita direta ou indiretamente por meio do voto popular. No contexto brasileiro, se trata de uma República Federativa, ou seja, se tem um Estado que é formado por unidades territoriais autônomas, os estados. Os estados têm determinadas competências garantidas pela constituição e possuem uma certa autonomia, tendo um governo próprio e um governador. Contudo, é importante ressaltar que, apesar desta autonomia, hierarquicamente, os estados ficam abaixo do Estado federal. Somente o Estado federal é soberano e quem delimita essa autonomia é, justamente, o Estado federal. Além de ser uma República Federativa, o Brasil é, também, presidencialista. O sistema presidencialista se caracteriza pela divisão dos poderes, sendo eles: executivo, legislativo e judiciário. Sendo, os três, interdependentes. O princípio de tal separação é a de que um poder fiscalize o outro e, assim, eles se equilibram. No presidencialismo, o chefe de governo também é o chefe de Estado e lidera o poder executivo. Sendo este “chefe”, o Presidente da República.

Os três poderes

Na contemporaneidade brasileira, muito se fala sobre os três poderes. Entretanto, pouco se explica sobre estes conceitos. Os três poderes consistem no poder executivo, poder legislativo e o poder judiciário. 

O poder executivo é o responsável por administrar a lei. Tendo como suas principais competências:  o manejo das políticas públicas (economia, investimentos, construção de escolas, hospitais) e a administração de tais políticas, podendo intervir na prestação do serviço público. Os responsáveis pelo exercício do poder executivo são: presidente da república, governadores estaduais e prefeitos. Vale salientar que o presidente da república representa a esfera federal do poder executivo, os governadores representam a esfera estadual e os prefeitos representam a esfera municipal. 

O poder legislativo é o responsável pela elaboração das leis. Além da elaboração das leis, é encargo do poder legislativo, fiscalizar as ações do executivo. Assim como o poder executivo, o poder legislativo apresenta uma divisão de 3 esferas: federal, estadual e municipal. Cargos como por exemplo: senadores e deputados federais representam o poder legislativo em âmbito federal, os deputados estaduais representam o poder legislativo a nível estadual e os vereadores fazem a representação no que tange aos municípios. Um fato curioso é que, em sua maioria, os membros do poder legislativo são eleitos por meio do voto direto. Contudo, nas eleições para presidente e vice-presidente do senado, da câmara dos deputados e das assembleias estaduais, o sistema utilizado é o do voto indireto. Sendo, assim, uma votação interna, onde somente os componentes do determinado órgão votaram. Outra curiosidade é a de que o sistema de votação responsável pela eleição dos senadores é diferente. Nele, ganha o mais votado, não tendo segundo turno. Além disso, o mandato dos senadores é de oito anos. 

O poder judiciário é o responsável por aplicar as leis. É ele o encarregado de garantir que a Constituição Federal seja cumprida. A decisão tomada pelo poder judiciário é tida como uma solução para o fim de determinado “conflito”, tal solução deve respeitar os trâmites legais. O poder judiciário é dividido em dois: Justiça Especializada e Justiça Comum. Na justiça especializada, se trata de assuntos trabalhistas, militares e eleitorais. Na Justiça Comum, se trata dos assuntos que não são supridos pela justiça especializada. A justiça comum é composta pela justiça federal e pela justiça estadual. Compõem o poder judiciário: juízes, promotores de justiça, desembargadores, ministros, representado por Tribunais, entre eles, o Supremo Tribunal Federal. A nomeação dos membros do poder judiciário se dá por meio de concursos públicos, com exceção dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF é a representação máxima do poder executivo e é composto por 11 ministros. Os ministros são indicados pelo Presidente da República e precisam ter sua indicação aprovada pelo senado, é realizada uma sabatina com o candidato ao cargo, onde são feitas diversas perguntas por parte dos senadores. Os ministros do STF devem ter entre trinta e cinco e sessenta e cinco anos de idade e devem ser dotados de notável saber jurídico e de reputação ilibada.


Fontes:
CNN Brasil
Portal Metrólope
Brasil Escola
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