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Eu faço parte desta história: entrevista com a técnica-administrativa Carla Cristina Vicente
Na série "Eu faço parte desta história", apresentamos a trajetória de servidores do IFMG – Campus Ouro Preto que, ao longo dos anos, contribuíram significativamente para o desenvolvimento da instituição e para a formação de milhares de estudantes.
Desta vez, trazemos a entrevista de Carla Cristina Vicente, Técnica em Assuntos Educacionais, que integra a equipe do campus desde fevereiro de 2011. Ex-aluna do antigo CEFET, Carla compartilha memórias de sua chegada como servidora, os desafios e aprendizados ao longo de sua trajetória e reflexões sobre a importância da educação pública. Com um olhar dedicado à inclusão, ela também fala sobre seu trabalho à frente do NAPNEE (Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas), cargo que exerce atualmente pela segunda vez.
Confira abaixo a entrevista completa e boa leitura!
Eu faço parte desta história: Carla Cristina Vicente
Como foi seu primeiro dia na ETFOP? O que mais te marcou quando você entrou pela primeira vez no campus?
Carla: Quando ingressei como servidora, foi um misto de alegria e preocupação. Alegria porque eu batalhei muito, estudei muito para conseguir a vaga e passar no concurso. Ser aprovada foi uma conquista. A preocupação veio pelo novo, pelas demandas. Eu me senti insegura no meu primeiro dia de atuação no campus.
Mas, a partir das relações que foram estabelecidas, principalmente com as servidoras que atuavam e que ainda atuam no setor pedagógico, eu pude crescer muito, tanto profissionalmente quanto como pessoa. Eu sou muito grata a todas as servidoras com quem trabalhei no setor pedagógico, tanto as que estão na ativa como as que já se aposentaram, em especial a Maria Angélica Bifano e Elizabeth Lemos.
Há uma partilha, uma convivência, discussões e debates. Muitas das relações que se estabeleceram naquele setor me permitiram um crescimento profissional e pessoal. Sou muito grata às servidoras que trabalham e que já trabalharam no setor pedagógico nesses 13 anos.
Que tipo de atividade ou rotina no campus mais te dá satisfação? O que faz você sentir que está contribuindo diretamente?
Carla: É a partir do apoio das minhas colegas de trabalho, do incentivo delas e de um apreço pessoal que, hoje, atuo na coordenação do NAPNEE. Porém, em 2017, eu também atuei como coordenadora do NAPNEE, mas concomitantemente ao acompanhamento pedagógico dos cursos técnicos integrados em Administração e Metalurgia. Eu gostaria de ressaltar que, ainda hoje, tenho um apreço especial por Metalurgia, tanto que o curso foi o objeto de pesquisa na minha dissertação de mestrado. O acompanhamento dos dois cursos me permitiu aprender muito, quanto me possibilitou atuar em outras frentes também, como no PROEJA, PROEJA FIC e na presidência das comissões locais de heteroidentificação.
Então, acredito que todos os setores, comissões e trabalhos que venho realizando no campus contribuem para minha formação e atuação profissional. Isso, para mim, é muito importante.
Quais desafios você acredita que a instituição enfrenta e ainda vai enfrentar nos próximos anos?
Carla: Eu acredito que a instituição enfrenta e ainda vai enfrentar nos próximos anos a questão orçamentária. Uma questão do recurso direcionado para a educação. Sendo uma instituição pública de ensino, as demandas são crescentes, mas, para fazer com que a instituição caminhe, é necessário verba. Então, acho que esta é uma grande dificuldade, não só do campus Ouro Preto, mas da Educação como um todo.
Porém, é muito importante — e pode parecer clichê — lembrar que a educação tem um lugar de excelência na formação de qualquer ser humano. Então, a luta por uma educação digna, que propicie a formação do sujeito na sua integralidade, é necessária.
Quais são os valores ou lições que o IFMG te ensinou e que você leva para a vida?
Carla: Acredito que os valores e lições são de parceria, de trabalhar com o outro. Todo mundo tem o que acrescentar, aprender e ensinar. É importante manter o contato diário com os colegas, ouvi-los e trabalhar junto. O trabalho em equipe não é fácil, mas é necessário, pensando nessa perspectiva de uma educação libertadora, uma educação que observa o sujeito de forma integral. É necessário que as relações sejam promissoras, que nós, como servidores, consigamos estreitar parcerias. Mesmo cada um no seu setor, todos os setores contribuem para o desenvolvimento dessa escola e, principalmente, para o desenvolvimento dos nossos alunos, que é o grande objetivo desta instituição.
Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho para a Carla quando começou na ETFOP, qual seria?
Carla: Para que a Carla fosse mais corajosa (rs); que buscasse participar de mais comissões tanto ligadas ao fazer pedagógico quanto aquelas que discutiram outros temas ligados ao funcionamento do campus.